1 de janeiro de 2012


No ano novo, bem mais do que nos outros, quero ter mais cuidado com os sentimentos alheios. Mais compaixão. Mais empatia. Mais tolerância.
Suspender o julgamento.
Trocar a crítica pelo respeito.
Parar de achar que eu faria diferente, que eu diria diferente, quando não é a minha vida que está na berlinda.
Quero lembrar mais vezes o quanto nos exige cada superação, cada avanço, cada conquista, cada descoberta das chaves capazes de abrir os cárceres que inventamos para nós.
Quero lembrar mais vezes do quanto eu falho, mesmo quando quero acertar.
Do quanto eu ainda me atrapalho comigo.
Do quanto preciso ser generosa com a minha trajetória a cada novo projeto anunciado pela minha alma. A cada nova tentativa. A cada novo tropeço.
No ano novo, quero me encantar mais vezes. Admirar mais vezes.
Compartilhar mais amor.
Dançar com a vida com mais leveza, sem medo de pisarmos nos pés uma da outra.
Quero fazer o meu coração arrepiar mais freqüentemente de ternura diante de cada beleza revista ou inaugurada.
Quero sair por aí de mãos dadas com a criança que me habita, sem tanta pressa.
Brincar com ela mais amiúde. Fazer arte.
Aprender com Deus a desenhar coisas bonitas no mundo.
Colorir a minha vida com os tons mais contentes da minha caixa de lápis de cor.
Devolver um brilho maior aos olhos, aos dias, aos sonhos, mesmo àqueles muito antigos, que, apesar do tempo, souberam conservar o seu viço.

Ana Jácomo
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