O que mais deixei para trás, em cada viagem que fiz, foram os amigos que não voltei a ver. Amigos verdadeiros, instantâneos, instintivos, amigos do peito, para toda a vida. Cá dentro sou um português macambúzio, fechado sobre si mesmo, frequentemente de mal com Portugal e com os portugueses. Lá fora, sobretudo quando viajo sozinho, sou um homem novo, sem país, sem destino, sem passado nem futuro: apenas o tempo que passo. E assim, porque sou verdadeiramente livre e desconhecido, acontece-me frequentemente tornar-me íntimo amigo de pessoas que acabei de conhecer há meia dúzia de horas. Tudo é genuíno e generoso nesses encontros e, quanto maiores são as diferenças, mais evidente se torna o que é essencial nas relações entre as pessoas. Não esperamos nada uns dos outros, apenas o privilégio de viajar juntos, beber uma cerveja juntos, ficar à conversa por uma noite adiante.
Disse-me uma vez, numa dessas constrangentes despedidas, um amigo sarahui: "Os que não morrem, encontram-se." Mas aprendi que não era verdade, infelizmente. Quando muito, poderia talvez acreditar que os que se encontraram nunca mais morrem na nossa memória. Mesmo que apareçam tão-somente assim, esporadicamente, do fundo de uma gaveta, onde vive, arquivada, a luz dos dias felizes.
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Mas também não acredito nisso...acredito que se realmente, a vontade for muita, e a distância não muito grande, que sim! é possível rever esses grandes amigos que um dia, muito longe de casa, foram o nosso grande porto seguro. A vontade é mais que muita, e se Maomé não vai à montanha, então BORA LÁ, que o verão tá a chegar e o que não vão faltar, são dias e noites de muita alegria e amizade =)
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adoro!
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